Agenor Leão,vice-presidente de Negócios da Natura e Avon no Brasil — Foto: Divulgação

RESUMO

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GERADO EM: 20/12/2024 - 20:41

Natura planeja concorrer com marcas de luxo e integração com Avon na AL impulsiona expansão.

Vice-presidente da Natura planeja competir com marcas internacionais de luxo em alta perfumaria,destacando diferenciais como perfumista interno e ingredientes patenteados. Integração Natura e Avon na América Latina em curso,com foco em expansão e autonomia. Resiliência do negócio em momentos desafiadores e expectativas positivas para 2025,apesar de preocupações com renda e inflação. Provável impacto mínimo das bets na classe C.

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À frente das marcas Natura e Avon no país,executivo vê espaço para competição em segmentos de maior renda. Leia a entrevista abaixo.

Quais foram os destaques operacionais do ano que está acabando?

O principal foi a construção de uma plataforma multimarca. Antes,Natura e Avon operavam separadamente. Agora,as consultoras podem vender as duas marcas,ganhando em produtividade e renda. Isso já impactou nosso resultado e deu tração à recuperação da Avon. Além disso,começamos uma expansão multicanal. Na Natura,abrimos 153 novas lojas,chegando a mil. Chegamos ao marketplace (do Mercado Livre) e levamos a Avon para o varejo,em multimarcas de beleza. Fizemos “store in store” na rede da Soneda e vamos chegar a outras redes.

Isso não incomoda as consultoras?

Não. Elas se beneficiam quando colocamos as marcas no varejo. Em muitos casos,o consumidor vai até elas porque viu o produto na rua. No caso do marketplace,fazemos uma certa regulagem de preço para não prejudicá-las.

Qual é a estratégia de produto para 2025?

Uma é a do luxo. Entramos em alta perfumaria e em bem-estar para a casa,com a linha Bothânica,que atinge um segmento mais premium. Na Bothânica,o tíquete médio é acima de R$ 100; em alta perfumaria,é de R$ 370.

Mas como se diferenciar em alta perfumaria,dominada por gigantes estrangeiros?

A Natura já tem reputação em perfume. É a única marca na América Latina com perfumista na equipe. Temos patenteados 45 ingredientes feitos a partir da biodiversidade brasileira. Por isso vemos espaço para linhas premium. Construímos a marca para concorrer efetivamente com linhas internacionais,que tocam o público mais premium.

A recuperação judicial da Avon Internacional nos EUA afeta a marca localmente?

Não. Já havíamos trazido o centro de inovação da Avon,que ficava nos EUA,para Cajamar (SP). Hoje temos autonomia para construção da marca na América Latina.

O que falta para Natura e Avon estarem 100% integradas na AL?

Começamos por Peru,Colômbia,Brasil e Chile. Agora,atuamos forte no México e lançamos Natura no Equador,onde só Avon estava. Tem alguns países por concluir,como Argentina,mas o modelo está dado.

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Renda e emprego vão bem,mas juros e inflação sobem. Como isso afeta vocês?

Uma das nossas vantagens é que o negócio também é de empreendedorismo. Quando a renda das famílias cresce,mais gente compra. Mas,em momentos difíceis,mais gente se interessa em revender e gerar renda. Por isso,na pandemia,fomos resilientes. Continuamos com expectativa muito positiva para 2025.

As bets,que reduzem renda na classes C,afetam?

Não vimos correlação concreta até agora.