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Mercado global de artigos de luxo estável em 1,5 biliões de euros em 2024

2024-11-19 HaiPress

De acordo com o mais recente relatório de luxo da Bain & Company,lançado em parceria com a associação da indústria de fabricantes de bens de luxo italianos Altagamma,o mercado de bens pessoais de luxo "está a registar a sua primeira desaceleração desde a Grande Recessão - excluindo a covid -,numa altura em que os consumidores reduzem os gastos com bens de consumo discricionário".

 

"A base de clientes de luxo está a encolher,face à contínua incerteza económica,aumento de preços e declínio na lealdade dos clientes às marcas,particularmente entre as gerações mais jovens",conclui o trabalho.

Como resultado,o mercado de bens pessoais de luxo deverá encolher 2% em 2024,às taxas de câmbio atuais,face a 2023.

O estudo aponta esta tendência como sendo "particularmente acentuada" entre a Geração Z,cuja lealdade às marcas de luxo continua a diminuir e levou a uma redução da base de clientes de luxo em cerca de 50 milhões nos últimos dois anos.

Por seu lado,os grandes clientes "continuam a aumentar a sua quota no consumo de luxo,embora estejam a perder progressivamente o sentimento de exclusividade por parte das marcas".

Citada num comunicado,a 'partner' da Bain & Company Clara Albuquerque considera que "isto é um sinal para as marcas de que precisam de reajustar as suas propostas de valor": "Será crucial duplicar a personalização,aproveitando a tecnologia para alcançá-la em escala,com a Inteligência Artificial a desempenhar um papel primordial em quase todas as áreas da proposta de valor",explica.

Ainda assim,e num contexto de elevada incerteza macroeconómica,Clara Albuquerque destaca que "o consumo de luxo mostrou uma assinalável estabilidade este ano,em grande parte devido à procura dos clientes por experiências".

De facto,o estudo conclui que as experiências de luxo continuam em alta,com os consumidores a canalizarem gastos para experiências de viagem,eventos sociais,tratamentos pessoais e bem-estar,em detrimento de bens tangíveis.

Simultaneamente,os bens experienciais,sobretudo os direcionados para pessoas com elevado património líquido - como iates,carros e jatos - estão também a gerar grande interesse.

Entre os produtos de luxo,destaque para os artigos de beleza e do mercado ótico,sendo que também o segmento das joias se manteve forte,impulsionado pela alta joalharia e por um desempenho muito positivo no mercado dos EUA.

Paralelamente,a Bain & Company nota que o mercado de segunda mão "está a ganhar força".

Ao nível da distribuição,o relatório apurou "uma quebra acentuada" no tráfego de visitantes nas lojas retalhistas de luxo,enquanto o canal de 'outlet' está a ter um desempenho superior,impulsionado pela busca dos consumidores por compras de valor.

Já o 'online' "está a entrar numa trajetória de normalização após as oscilações pós-pandemia".

Por regiões,o Japão "continua a liderar globalmente no crescimento do luxo",os EUA "estão a mostrar sinais positivos" e a Europa "está a mostrar um crescimento mais forte,mas em normalização,com a procura sustentada pelos influxos turísticos,particularmente nas cidades de primeira linha e nos locais de 'resorts' no sul da Europa".

Os mercados emergentes -- incluindo a América Latina,Índia,Sudeste Asiático e África - apresentam um elevado potencial de crescimento,estimando-se que adicionem coletivamente ao segmento do luxo mais de 50 milhões de consumidores de classe média-alta até 2030.

Para 2025,a Bain & Company prevê que o mercado de luxo "enfrente um contexto ligeiramente melhor em 2025",embora muito dependente da conjuntura macroeconómica.

"Olhando para 2030,o mercado provavelmente entrará numa trajetória positiva de longo prazo,com uma base de consumidores cada vez mais abrangente",remata.

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