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Medos e pânicos do Brasil com Trump

2024-11-15 HaiPress

O presidente brasileiro,Luiz Inácio Lula da Silva,e o presidente eleito dos EUA,Donald Trump — Foto: Editoria de Arte

RESUMO

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GERADO EM: 14/11/2024 - 21:30

Brasil teme nomeação de Marco Rubio por Trump

O Brasil teme consequências da nomeação de Marco Rubio por Trump,incluindo sabotagem ambiental e instabilidade na América Latina. Preocupa também o conflito EUA-China e a ascensão da extrema direita global,ligada a Trump e Bolsonaro. Musk no governo intensifica receios de desregulação. Lula se alarma com o fortalecimento de extremistas.

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Quando o nome do senador da Flórida Marco Rubio foi confirmado como a escolha de Donald Trump para chefiar o Departamento de Estado,a sensação no governo brasileiro foi a de que os piores cenários imaginados para um governo Trump 2 estavam se confirmando. “A cada nomeação,só piora”,comentou uma fonte diplomática,que enumerou alguns dos medos e pânicos do Brasil em relação ao republicano que se tornou líder da extrema direita global.

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Os medos do governo Lula são muitos e incluem eventual sabotagem da agenda ambiental brasileira,até mesmo da COP 30,que será realizada em 2025 em Belém. O evento é uma das grandes apostas do governo em sua estratégia de inserção nos grandes debates globais,e o negacionismo climático de Trump,temem em Brasília,poderia enfraquecer o encontro.

Rubio tem péssimas relações com vários governos latino-americanos,e não só com Venezuela,Cuba e Nicarágua. A Colômbia de Gustavo Petro também está apavorada,pois o futuro secretário e Petro nunca esconderam a mútua antipatia. Para o Brasil,o governo Trump 2 pode arrastar a América Latina a um período de forte instabilidade. As pautas negativas entre Trump e a região são variadas,entre elas a imigração e provável deportação de imigrantes.

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O Brasil também tem medo do impacto do conflito entre EUA e China no país e no continente. Com Trump,comentaram fontes diplomáticas,as pressões sobre o relacionamento dos países latino-americanos com a China aumentarão. O Brasil está prestes a receber o presidente chinês,Xi Jinping,que,além de participar da cúpula de chefes de Estado e governo do G20,fará uma visita oficial ao país. Para Lula,a relação com a China é central,tanto que o governo avalia a possibilidade de entrar para a Iniciativa Cinturão e Rota,a Nova Rota da Seda.

Outro medo é a utilização da chamada diplomacia coercitiva contra países da região. Um exemplo seriam medidas protecionistas em matéria de comércio,algo que preocupa profundamente o governo brasileiro,lembrando que os EUA são o segundo principal sócio comercial do Brasil,superado apenas pela China.

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O papel do magnata Elon Musk no governo Trump é outro motivo de preocupação: “Com Musk,morre qualquer possibilidade de regulação das big techs”,reconheceu uma fonte do governo.

Até aqui,os medos. Mas existe o pânico,e sobre ele é pouco o que o Brasil pode fazer. Esse pânico está relacionado ao empoderamento da extrema direita regional e global,com a liderança de Trump. Um empoderamento que é visto como enorme risco para a democracia no mundo,que pode trazer violência e criar situações de tensão até mesmo dentro do Brasil,dado o vínculo de Trump com o ex-presidente Jair Bolsonaro.

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O presidente da Argentina,Javier Milei,deve ser incluído nessa equação. O eixo Washington-Buenos Aires com Trump no poder provoca pânico em Brasília,onde se teme que o argentino,sentindo-se apoiado pelo novo governo americano,torne-se mais desafiante e hostil.

O fortalecimento da extrema direita tira o sono de Lula desde o primeiro dia de seu terceiro governo,quando um retorno de Trump ao poder não era considerado um cenário possível. O apoio explícito a Kamala Harris,gesto que muitos — dentro e fora do governo — questionaram,explica-se pelo pânico de Lula à expansão da extrema direita no mundo,no continente e no Brasil. O pior pesadelo do presidente brasileiro está se tornando realidade.

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