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Iraniana é baleada pela polícia e fica paraplégica após violar uso do hijab

2024-08-16 HaiPress

Iraniana é baleada pela polícia e fica paraplégica após violar uso do hijab — Foto: Reprodução/BBC

RESUMO

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GERADO EM: 16/08/2024 - 04:00

Controvérsia no Irã: mulher paraplégica por não usar hijab

No Irã,Arezoo Badri fica paraplégica após ser baleada pela polícia por violar normas do hijab. O uso do véu é obrigatório desde 1979,com penalidades severas. O caso gera controvérsia em um contexto de luta pela liberdade de escolha em relação ao hijab.

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Uma mulher de 31 anos ficou paraplégica após ser baleada pela polícia no Irã. Segundo a rede britânica BBC,Arezoo Badri dirigia pela cidade de Noor,no norte do país,quando policiais tentaram pará-la para confiscar o carro após a mulher ter violado normas sobre o uso do hijab — véu usado por muitas mulheres muçulmanas para cobrir os cabelos e o pescoço.

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De acordo com uma fonte citada pel BBC,a mulher perdeu os movimentos da cintura para baixo,e “os médicos disseram que levará meses para determinar se ela ficará permanentemente paraplégica ou não”.

Não se sabe,no entanto,se Arezoo estava com o lenço na cabeça durante a abordagem policial,que aconteceu no fim de julho. O “aviso de confisco” em seu carro,porém,sugeria diversas infrações à lei do hijab.

Após ser baleada,a mulher foi levada para um hospital da região. Depois,foi transferida para a capital da província,Sari,para passar por uma cirurgia pulmonar,já que a bala entrou pelo pulmão e danificou a medula espinhal. Ela foi transferida mais uma vez,dessa vez para a capital,Teerã.

O que é hijab?

O hijab é um véu usado por muitas mulheres muçulmanas para cobrir os cabelos e o pescoço. Ele pode variar em estilo e cor,dependendo da preferência da pessoa e da cultura local. Muitas mulheres usam o hijab como uma expressão de sua identidade religiosa e cultural. Em muitos países e comunidades,as mulheres têm a liberdade de escolher se desejam ou não usá-lo.

Uso do hijab

O uso do hijab é obrigatório no Irã desde a Revolução Islâmica de 1979,com penalidades que incluem multas e até prisão. Em 2022,uma onda de protestos tomou o país após a jovem Mahsa Amini,de 22 anos,morrer três dias após ser presa em Teerã por não usar o hijab devidamente.

A vestimenta está no centro da política iraniana desde antes da Revolução Islâmica,quando o país era governado pela dinastia Pahlevi. No reinado de Reza Xá Pahlevi,chefe de um golpe em 1925,as mulheres foram proibidas de usar tanto o chador,que cobre todo o corpo,quanto os lenços na cabeça. Professoras e alunas eram proibidas de frequentar as escolas com o véu,e mulheres nas ruas eram obrigadas a removê-lo,muitas vezes à força. Para o xá,que queria “modernizar” o país,o costume era considerado retrógrado,e o banimento da vestimenta era motivo de constrangimento para as mais religiosas,que também tiveram a liberdade de escolha tolhida na época.

Mais tarde,sob seu filho Mohammad Reza Pahlevi,o uso do hijab foi liberado,e muitas mulheres optaram por voltar às formas tradicionais de se vestir. O uso do véu ficou popular nos anos antes da revolução,como forma de expressão de oposição à monarquia e à ocidentalização do Irã.

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